Já pensou porque nunca ficamos parados? A pergunta é simples. Se estivermos parados, esperando na fila caótica de capitais, cada um mata o tempo como pode. Quando você chegar ao metro ou banco, observe ao seu redor. Além dos bons e velhos livros/jornais, o foninho de ouvido faz parte do pacote. Sabe quantas pessoas nem escutam nada, apenas deixa ali no ouvido, para mostrar o quanto é esperto. Esperto? O mundo pode cair que ele não vai escutar! Falando em escutar, não existe nada mais inconveniente de que o sujeito decretar que todo mundo deve ouvir o mesmo que ele. O volume aumenta (e a dor de cabeça também).
Daí você continua e olha para o segundo banco ao seu lado. É mulher? Se não estiver lendo, vai estar cutucando as unhas, tirando esmalte, mexendo no cabelo ou se olhando no reflexo da janela. Isso pra não dizer que provavelmente ela deva estar fazendo tudo ao mesmo tempo (não necessariamente nessa mesma ordem). E o homem? Lendo, ouvindo música, ou fingindo que não está encarando a moça ao seu lado. Para isso, faz cara de mau e começa a jogar no celular.
E depois de esgotar todas essas possibilidades, começam a agitação de braços, coceiras e caretas de sono. Porque quando esperamos, o bocejo resolve nos visitar? É como se a espera tivesse nascido com a sonolência. Um não existe sem o outro. Chega a ser triste quando chega a senha da pessoa à sua frente, e ela está em estado profundo do sono.
Mas tem gente que sabe se aproveitar da situação. Aproveita a hora para filosofar, reclamar da vida, do tempo, do governo, da família. O local se transforma numa clinica de psicologia. Ou se não, num estúdio de desenhos abstratos. O cara pega uma caneta e começa a rabiscar suas obras históricas nos folhetos que encontra pela frente.
Em todo caso, porque mesmo não ficamos parados? Deve ser por hormônios, ou a própria natureza humana, quem sabe. Mas é interessante aprender a ter paciência e saber que a demora é muito provável culpa do sistema, e não do atendente que está apenas cumprindo seu trabalho.
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