domingo, 28 de agosto de 2016

Rio 2016: ser voluntário é incrível


           Meu nome é Mariane Nogueira, 29 anos, tenho emprego e nessas olimpíadas fui voluntária. 
Uma palavra que nas ultimas semanas têm causado mais espanto do que imaginava. Sempre achei interessante a oportunidade de poder ajudar sem receber nada em troca, porém nunca tive oportunidade (devemos sempre ter consciência que cada um escolhe o que quer e o que lhe convêm). Me inscrevi para ser voluntária no Rio 2016 e também em outras seletivas que estavam pagando. Até cheguei a passar numa seleção, porém como eram 30 dias corridos desisti. Então fiquei com a opção de trabalhar de graça. Quando cheguei no Rio e falava que era voluntária, a primeira pergunta não era - "Que legal! Você está gostando?", mas sim uma frase em tom protestante e acusador "Você está louca? Eles só roubaram e ainda tu faz de graça? Vá ajudar um lar dos velhinhos". Ok. Eu poderia ajudar pessoas carentes, passar tardes com pessoas de idade. Mas como disse antes, o tempo é meu e faço o que eu bem entender dele. Se acredito que minha mão de obra será importante para algo, me jogo. Fora do Brasil trabalho voluntário é reconhecido e muitas vezes necessário. Agrega ao currículo. Aqui é motivo de chacota - "O cara é um otário em fazer de graça". Quero deixar bem claro que nunca fui muito a favor da Copa e Olimpíadas aqui no país. Nunca estivemos prontos para isso. Mas uma vez confirmado, nos resta abraçar a causa e tirar o melhor da situação. Sim. Roubaram, não planejaram e nos fizeram engolir meias verdades. Mas isso não nos impede de buscar uma solução. Porque não participar de algo grandioso? Completei entrevistas e treinamentos online. Descobri que pessoas  de países que eu nem conhecia também iriam trabalhar comigo. 
Cariocas, indiana, canadense e chinesa.
Fui escalada para trabalhar no Estádio Olímpico (Engenhão) na área de imprensa (sou formada em Jornalismo). Fiquei no helpdesk, recebendo comunicadores de todas as partes do mundo - algo que nem o melhor estágio remunerado teria me proporcionado. Trabalhei, trabalhei muito. Até mais do que eu esperava e estava acostumada. No final perdi alguns quilos e acumulei bolhas nos pés. Faltei duas semanas no meu emprego, sempre com apoio dos meus sócios e família. Tá. Minha mãe confessou que estava com medo de algum ataque terrorista. Não a julgo. Eu também estava com o pé atrás. Ultimamente a maldade tem nos consumido. Mas todos os estádios e pontos turísticos foram muito bem policiados. Mais uma vez aqui os implicantes insistem em falar como a cidade foi maquiada pra gringo ver. Conheço o Rio há muito tempo e sei que aquela sensação de paz que senti nos jogos não era real. Sei que foi tudo maquiado. Mas volto a insistir: porque não aproveitar? O Rio assim como todo restante do país está cheio de problemas. Está tudo errado. Mas pelo menos por algumas semanas tudo funcionou. Foi incrível ver que quando o governo resolve agir tudo funciona. É como aconteceu com a abertura do jogos. Foi lindo. Foi amor. Foi muita competência. O que me faz acreditar que dá pra manter uma esperança de que temos um futuro melhor. (Gravo aqui um momento especial: na primeira corrida do Usain Bolt perdi a parte da frente da minha bolsa, com câmera, dinheiro e documento. O estádio estava lotado. Um cara encontrou, me ligou e me entregou tudinho). Sim, lá se foi a minha sorte da loteria...


















Consegui assistir (de graça) a vários esportes de grupo e individuais - eu jamais conseguiria pagar para vê-los. Gritei, torci, sofri. Fiquei em vários locais graças aos sites Airbnb e Couchsurfing. Fiz amizade com o pessoal que me recebeu, pessoas sensacionais que me fazem acreditar na parceria. Trabalhei com nacionalidades diferentes e distantes que agora mantenho na lembrança e no facebook. Vi pessoas lindas. Belezas naturais e espontâneas, como suas almas viajantes e livres. Aprendi novas palavras e expressões. (Momento especial dois: nessa semana vou receber em casa uma pessoa da China e da República Tcheca que trabalharam cmg).























Respondendo a segunda pergunta que mais me fizeram: sim, o uniforme ficou comigo. Até o relógio da Swatch e aquele tênis verde. Acho que era o mínimo né? E não digo isso por reclamar e achar que devo receber algo. Acho que é valido pela lembrança. A lembrança de que quando estava uniformizada, várias pessoas me pararam para tirar fotos comigo. A memória de caçar pins pra trocar com outros países (ainda me faltou o do Japão que tinha o Pikachu).


Um dos poucos dias que saiu sol ;)
Nos primeiros dias imaginava que conseguiria fazer fotos incríveis com os atletas. Não foi bem assim. Na verdade eu quase não tive contato com eles, e os que passaram por mim estavam sempre super acabados pós jogo. Mas nem por isso deixei de gravar momentos incríveis com pessoas comuns que fizeram meu dia melhor. Apesar de o tempo não colaborar muito (choveu e até chegou a fazer frio no RJ), consegui dar uma escapada pra praia. Com direito a visita a loja oficial dos jogos e encontrar outro voluntários em Copacabana e Ipanema.





Se valeu a pena? Faria tudo de novo. E é uma pena que poucas pessoas no país tenham consciência do quão importante cada um somos. Se tenho algo a reclamar? As vaias. Até agora não consigo entender pq brasileiro vaia tanto. Não era campeonato de futebol do seu bairro. Eram atletas que treinaram por anos pra estar ali. Mereciam ser ovacionados positivamente. A distancia também não colaborou mto. O transporte foi mto bem orquestrado. Metro, trem, ônibus, bondinho. Funcionaram. Mas dar um role em mais de um estádio no mesmo dia era quase impossível.




Termino meu relato com uma dorzinha de "Poxa, acabou de verdade. Agora só daqui a 4 anos". Trabalhar nas Olimpíadas do Rio me fez uma pessoa melhor. Meu respeito pelos atletas apenas cresceu. Espero que os Jogos Paralímpicos sejam tão emocionantes como a Olimpíadas. 

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Leitura


Antes de me jogar nos estudos pro concurso que vou prestar, terminei de ler dois livros super bacanas. Estilos diferentes, porém que prendem a atenção de certa forma. 

Comecei com “O Quarto”, da autora Emma Donoghue (Editora Verus). Agonia chocante. Foi meu sentimento do começo ao fim, e sem exageros. O livro conta a história de Jack, um menino de 5 anos que vive num quarto com sua mãe. Enquanto para o garoto a vida é de brincadeiras e aprendizagem, para sua mãe que é prisioneira do “Velho Nick” há 7 anos, é uma tormenta. O roteiro até que lembra uma coleção de livros que minha mãe tinha, ou se não, algum caso policial onde o pai prende a filha no porão de casa e ocorre incesto. Porém, a diferença está na forma de narração. O livro é contado por Jack. Desde seus inocentes pensamentos, a até típicas brincadeiras como inventar palavras – algo natural para alguém de sua idade – a história segue uma seqüência como se fosse um livro de aventuras. Uma forma bem sutil de tratar a brutalidade dos acontecimentos seguintes.
A leitura é rápida e todas as informações são fáceis de digerir, porque é uma realidade da nossa sociedade. Vale a pena presentear. 

Já o segundo livro se chama “O Enigma do 8”, Katherine Neville (Editora Rocco). Sinceramente, o estilo da história não chamaria minha atenção nas prateleiras da Nobel, porém como ganhei de aniversário, abracei a causa. O tamanho do livro assusta, são 680. Mas a leitura é interessante. O livro mescla a história de duas personagens femininas: a noviça Mireille, na época da Revolução Francesa, e de Catherine Velis, nos dias atuais, em busca de um mistério que envolve o jogo de xadrez de Montglane. O que mais me agradou foi o envolvimento de personagens históricos reais na montagem da história, como Napoleão, Rosbespierre, Danton, Rousseau, Voltaire e Carlos Magno.
Algumas partes da trama são uma viagem entre real e imaginário, onde envolve lendas tantas vezes batidas como temáticas de obras passadas, porém de forma muito ágil. O livro é pura ação e trata cada escolha dos personagens como uma jogada de xadrez. No fim, você acaba aprendendo tanto sobre o antigo jogo, que dá vontade de correr na loja mais próxima e comprar um tabuleiro.  
Para não se perder na trama com tantos fatos históricos, sugiro que preste atenção e só interrompa a leitura quando terminar algum capítulo.
Lembrando que a continuação já existe: “O Fogo”


Boa leitura!

sábado, 23 de julho de 2011

A nova cantora antiga

A voz é de longe algo forçado. Você escuta e tem aquele sentimento de que a letra entra em sintonia com algo que já vivido. Adele, aquela do hit Rolling in the Deep. A cantora britânica que está encantando e embalando os novos namorados e cornos. E pesquisando na internet, o jazz-pop que a mocinha faz tem levantado milhares de fãs que até pouco tempo atrás se diziam fanáticos por este estilo musical somente por escutar Amy Winehouse. É o mesmo que dizer que curte musica indie porque conhece algumas canções do The Strokes. Me desculpe, não tem nada a ver. Sou fã, e posso dizer com convicção porque escuto há anos. Para quem não conhecia Adele, fica a dica: procure no youtube suas primeiras musicas no mundo virtual. Hometow Glory, Tired (que foi meu primeiro contato no ano de 2008-09, creio), Chasing Paviments, Crazy for You e Best for last.


Um conjunto único de letras inteligentes e não apenas mela cueca.

E se vou fazer algum comentário sobre os bacons sobrando da cantora? Vai por mim, antigamente era mais. Sempre achei Adele linda e estilosa, mesmo sendo gorda. Oras bolas, seus olhos hipnotizam qualquer um quando ela está cantando. Prova disso é este vídeo com seu mais novo hit Someone Like You. Assistam, e pode chorar sem vergonha alguma, pq a música tem exatamente sua função maior: puta q pariu! ela descreveu exatamente o que já passei.




Arrepia né? Não é a toa que é uma aposta para vários premios musicais ao redor do mundo.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

lista

Preciso:

*definir um tema
*bolar um layout
*voltar a escrever

o computador já tenho, portanto...
mãos a obra!